Eficiência e Produtividade como Disciplina Estratégica: Um Imperativo Empresarial em Todos os Cenários
Em um mundo empresarial cada vez mais volátil e incerto, marcado por rápidas mudanças tecnológicas e flutuações econômicas, a eficiência operacional emerge não apenas como um programa temporário de corte de custos, mas como uma disciplina estratégica essencial para a sobrevivência e o sucesso de longo prazo das empresas. Esta abordagem de excelência operacional, quando incorporada à estratégia corporativa, torna-se um imperativo inegável, tanto em tempos de abundância econômica quanto em períodos de restrição de mercado.
Eficiência Operacional: Mais do que um Programa
A eficiência, ou excelência operacional, transcende a noção tradicional de ser um conjunto de iniciativas isoladas destinadas à redução de custos e à melhoria de processos em curto prazo. Em sua essência, ela é uma disciplina estratégica que engloba o planejamento contínuo da qualidade e da produtividade, a capacitação da força de trabalho com base em análises e metodologias robustas, e a manutenção rigorosa da qualidade e produtividade ao longo do tempo.
Eficiência operacional, quando compreendida e aplicada como uma disciplina estratégica, transcende o simples ajuste de processos ou a busca incessante por redução de custos. Ela se enraíza na capacidade da empresa de integrar, de forma holística, a qualidade, a produtividade e a inovação em cada aspecto de suas operações. Este enfoque estratégico requer uma visão ampla que alinha metas operacionais com objetivos corporativos de longo prazo, garantindo que cada decisão e ação contribua para a construção de uma vantagem competitiva sustentável. A eficiência operacional, portanto, não é apenas sobre fazer as coisas certo; é sobre fazer as coisas certas que impulsionam a empresa em direção ao seu futuro desejado.
A manutenção da melhoria contínua da qualidade, no contexto da excelência operacional, pode ser comparada ao trabalho de Sísifo – uma tarefa incessante que exige esforço contínuo e determinação. Assim como Sísifo, que foi condenado a rolar uma enorme pedra montanha acima apenas para vê-la rolar para baixo repetidamente, os gestores de excelência operacional enfrentam o desafio constante de impulsionar melhorias na qualidade, sabendo que o trabalho nunca está realmente concluído. Este esforço contínuo é vital para manter a competitividade e atender às crescentes expectativas dos clientes, exigindo uma dedicação incansável à inovação e ao aperfeiçoamento contínuo.
No Fórum Econômico Mundial, habilidades como criatividade, estatística e análise de dados foram destacadas como essenciais para o futuro do trabalho. Essas capacidades estão intrinsecamente correlacionadas com a disciplina de eficiência operacional. A criatividade impulsiona a inovação nos processos, permitindo que as empresas encontrem soluções inovadoras para desafios operacionais. A estatística e a análise de dados, por outro lado, fornecem a base para a tomada de decisão baseada em evidências, permitindo que as organizações identifiquem tendências, otimizem processos e prevejam resultados com maior precisão. Juntas, essas habilidades formam o alicerce sobre o qual a excelência operacional é construída, capacitando as organizações a navegar com sucesso em um ambiente de negócios cada vez mais complexo e dinâmico.
Imperativo em Todos os Cenários Econômicos
Independentemente das condições de mercado, as empresas enfrentam o desafio constante de se manterem competitivas e inovadoras. Em períodos de crescimento econômico, a excelência operacional permite que as empresas maximizem seus lucros, otimizem recursos e invistam em inovação. Por outro lado, em tempos de restrição, torna-se crucial para a sobrevivência, possibilitando a manutenção da qualidade e a eficiência na entrega de produtos e serviços, ao mesmo tempo em que se preserva a saúde financeira da organização.
Dados Relevantes e Tendências
Um dos sinais mais seguros de uma empresa próspera é o crescimento robusto e consistente das receitas. Isso não tem sido fácil de conseguir nos últimos 15 anos. O crescimento empresarial abrandou drasticamente após a crise financeira global, com as maiores empresas do mundo crescendo a metade do ritmo que cresciam antes de 2008. Além disso, os aumentos nos investimentos de capital ultrapassaram a expansão das receitas, comprimindo os retornos. Agora, com uma economia global em abrandamento, uma inflação crescente e uma incerteza geopolítica, o crescimento que proporciona lucros e valor para os acionistas pode tornar-se ainda mais ilusório.
Uma pesquisa de 2022 com mais de 5000 empresas reafirmou que o crescimento das receitas é um impulsionador crítico do desempenho corporativo. Cinco pontos percentuais adicionais de receita por ano estão correlacionados com três a quatro pontos percentuais adicionais de retorno total para os acionistas (TSR) – o equivalente a aumentar a capitalização de mercado em 33 a 45 por cento ao longo de uma década. As empresas que conseguiram crescer mais rapidamente e de forma mais lucrativa do que os seus pares durante o período do nosso estudo tiveram um desempenho ainda melhor, gerando retornos para os acionistas seis pontos percentuais acima das médias do seu setor.
No entanto, relativamente poucas empresas poderiam gabar-se de tais resultados. Em médias, as empresas cresceram apenas 2,8% ao ano durante os dez anos anteriores à COVID-19, e apenas uma em cada oito registou taxas de crescimento superior a 10% ao ano.
Estudos e análises de mercado, incluindo pesquisas da McKinsey, destacam que empresas que adotam a excelência operacional como um componente integral de sua estratégia corporativa conseguem não apenas superar desafios econômicos, mas também se destacar em seus respectivos setores. Empresas líderes em eficiência operacional reportam melhorias significativas em indicadores-chave de desempenho, como redução de custos operacionais em até 25%, aumento da satisfação do cliente e crescimento da receita em dois dígitos.
Além disso, a digitalização e a adoção de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e automação, estão redefinindo os padrões de eficiência operacional, possibilitando ganhos de produtividade antes inimagináveis e abrindo caminho para a abundância movida pela produtividade.
Conclusão
A eficiência operacional, como disciplina estratégica, é fundamental para que as empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem em qualquer cenário econômico. Adotar essa abordagem requer um comprometimento de longo prazo com o planejamento da qualidade e da produtividade, a capacitação contínua da força de trabalho e a manutenção rigorosa da qualidade e da produtividade. As empresas que reconhecem e incorporam a excelência operacional em sua estratégia corporativa estão bem posicionadas para enfrentar desafios futuros, aproveitar oportunidades de crescimento e alcançar sucesso sustentável.
Publicado por
Gilberto Strafacci Neto (Giba)Gilberto Strafacci Neto (Giba)
Vice-Presidente | Chief Growth Officer | Professor | Leading Digital Transformation | ASQ Certified Master Black Belt | Certified Agile Trainer | Data ScientistVice-Presidente | Chief Growth Officer | Professor | Leading Digital Transformation | ASQ Certified Master Black Belt | Certified Agile Trainer | Data Scientist