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Ainda que o mundo tenha acompanhado o surgimento e o crescimento dos casos do novo coronavírus na China e sua dispersão pelos continentes, a pandemia de Covid-19 pegou a maior parte das empresas desprevenidas e sem saber como agir com relação aos seus processos e equipes.

Assim, com o isolamento social todos os negócios considerados não-essenciais tiveram que colocar, imediatamente, suas equipes para trabalhar remotamente e, a partir de então, muitas mudanças tecnológicas estão acontecendo.

Dentre elas, podemos citar desde o maior uso de soluções voltadas para segurança como VPN e Active Directory até os investimentos em Inteligência Artificial (IA) e Automação Robótica de Processos (RPA), levando a uma série de questionamentos a respeito da empregabilidade de pessoas.

Uma pesquisa aplicada nos EUA pela consultoria Yellowbrick Data, com mais de mil gestores e executivos de TI, indicou que 66% das organizações estão acelerando sua migração de Analytics para a nuvem devido à pandemia de Covid-19, e 63,9% estão investindo mais em plataformas de dados e Analytics pelos mesmos motivos.

Ou seja, apesar da crise internacional as empresas estão apostando mais nas novas tecnologias, o que demanda a criação de posições de emprego para especialistas, pois a IA é utilizada principalmente nos setores de Pesquisa e Desenvolvimento, Tecnologia da Informação e Serviço ao Consumidor.

Ainda assim, não tem como negar que algumas posições serão afetadas negativamente, tal como ocorre em qualquer momento de crise. É o chamado efeito “positivo e negativo”, em que algumas áreas veem crescimento e outras, queda.

De qualquer forma, o mercado em geral já vem acompanhando, ao longo das últimas décadas, uma crescente implementação de RPA em processos que demandam repetição e que são naturalmente suscetíveis a falhas humanas.

Porém, devido às melhorias e inovações adquiridas em IA, as tarefas que não dependem de capacidade de julgamento humano também serão gradualmente substituídas por tecnologia durante os próximos anos. Ou seja, a crise de Covid-19 está apenas acelerando uma transformação que já era inevitável.

Nesse sentido, as próprias organizações podem estimular suas lideranças a atuar proativamente em uma realocação interna de funcionários e na realização de processos educativos e treinamentos. Ações como essas são positivas para a empresa, para o funcionário e para a sociedade.

Por outro lado, é preciso que os governos entendam que o mercado está passando por uma transição e, portanto, devem atuar na promoção da educação profissionalizante bem como atualizar o ensino de graduação e especializações para formar pessoal capacitado a atender essa demanda crescente ao longo dos próximos anos. Ou seja, o mundo do trabalho está mudando e a sociedade precisa se preparar.

Assim, é importante, primeiro, entender que a IA traz benefícios nesse momento, pois reduz a exposição de trabalhadores e diminui os riscos de contaminação para que todos trabalhem com mais segurança. E por enquanto isso é o mais importante.

Além disso, o mundo está em constante mudança — e tanto as empresas quanto os trabalhadores devem se adequar a elas ou ficarão para trás. Nesse sentido, tanto o Estado quanto o setor privado têm uma função social a cumprir: promover educação tecnológica e inovadora à população e aos funcionários.

De fato, muitas lições ainda serão aprendidas durante a após a pandemia, mas uma certeza que podemos ter é que o Novo Normal é inevitável. O melhor a se fazer é aproveitar essa situação a que estamos submetidos para aprender e evitar novas pandemias.

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