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Qual o papel da média gestão na Era da IA Generativa?

 

Tempo de Leitura 1 min

 

Por Nossa Redação | Gestão e IA Generativa

 

 

 

 

 

Será que a média gerência sobreviverá à mais recente onda de disrupção e achatamento das estruturas organizacionais? Deveriam?

 

Ser da média gerência já era um trabalho difícil. Então, a IA generativa (GenAI) entrou em cena. Um ano após a publicação de “Power to the Middle: Why Managers Hold the Keys to the Future of Work” (Harvard Business Review Press, julho de 2023), Bryan Hancock e Emily Field da McKinsey revisitam o papel da média gerência, discutindo porque ela é crucial, o que os líderes podem fazer para melhorar a performance dos gerentes e como a IA generativa pode transformar suas funções para melhor. Essa camada sempre sofreu pressão entre o estratégico e o operacional, o limbo do tático.

 

Os gerentes ainda importam?

 

O desafio de se entender o que é tático reside no fato de que essa camada é frequentemente vista como um limbo entre o estratégico e o operacional. A média gestão, muitas vezes, é percebida apenas como uma etapa transitória obrigatória, quase um pedágio, que conecta a visão estratégica da alta administração com a execução prática no chão de fábrica. Essa posição intermediária requer habilidades únicas de tradução e mediação, mas sua importância é frequentemente subestimada, levando a questionamentos sobre sua real necessidade e valor dentro da estrutura organizacional.

 

Sim, os gerentes importam. Eles detêm as chaves para o futuro do trabalho. No entanto, não estão preparados para seu novo papel. Quando perguntados sobre como gastam seu tempo, mais da metade é dedicada a tarefas administrativas ou de contribuidor individual, em vez de atividades gerenciais. Além disso, os gerentes são os mais propensos ao esgotamento.

 

Historicamente, a média gerência já teve mais status e propósito nas organizações. No entanto, o papel dos gerentes intermediários tornou-se mais complexo com a ascensão do e-mail e a capacidade de comunicação rápida dos CEOs com todos os funcionários. Nos anos 90, houve questionamentos sobre a necessidade de gerentes intermediários. Hoje, sabemos que eles são essenciais como tradutores, conectores, navegadores e coaches.

 

Os gerentes sempre enfrentaram desafios, desde as décadas de 60 e 70 até hoje. Atualmente, 44% citam a burocracia organizacional como um grande obstáculo. Além disso, fatores como a pandemia, a Grande Renúncia, demissões silenciosas, injustiça social, bem-estar e esgotamento, avanços tecnológicos e pressões financeiras e econômicas complicam ainda mais seu papel.

 

 

Entrada da IA generativa

 

Desde a publicação do livro, a IA generativa se firmou como uma força disruptiva significativa no mundo dos negócios. A pressão de custos nas organizações, especialmente sobre a média gerência, tornou-se implacável. Estamos nos estágios iniciais de reconhecimento dos diversos casos de uso que a IA generativa possibilita. Erik Brynjolfsson, professor de Stanford, compara a IA generativa a tecnologias de propósito geral como a internet e a eletricidade. No entanto, os gerentes ainda não estão experimentando plenamente os benefícios prometidos, como a liberação significativa de tempo.

 

A média gerência deve observar com atenção o desenvolvimento da IA generativa, pois muitas organizações estão investindo pesadamente nessa tecnologia para ajudar seus gerentes. É importante criar espaço e tempo no dia a dia dos gerentes, removendo, automatizando, delegando ou simplificando tarefas onde possível. Além disso, desenvolver hábitos de resiliência e ajudar os gerentes a lidar com o estresse crescente é crucial. Somente depois de liberar tempo e espaço e construir líderes resilientes e adaptáveis, deve-se pensar em programas de desenvolvimento de liderança.

 

 

Disrupção e achatamento

 

Liderar é transformar, enquanto gerir é lidar com as complexidades inerentes ao funcionamento diário de uma organização. Hoje, mais do que nunca, os gestores se encontram na linha de frente como verdadeiros aparadores de incêndio, enfrentando crises e desafios que surgem de todos os lados. O papel de um líder é inspirar e guiar a equipe em direção a uma visão compartilhada, promovendo mudanças positivas e inovadoras. Já o gestor deve garantir que essa visão seja implementada de maneira eficaz, navegando pelas complexidades operacionais e resolvendo problemas à medida que surgem.

 

No ambiente dinâmico e volátil atual, os gestores precisam ser ágeis, capazes de tomar decisões rápidas e eficazes diante de situações de crise. Eles são responsáveis por manter a continuidade do trabalho, gerenciar recursos limitados e assegurar que a equipe permaneça focada e motivada, mesmo em tempos de incerteza. Isso exige não apenas habilidades técnicas, mas também um alto grau de inteligência emocional e resiliência. A capacidade de equilibrar demandas imediatas com objetivos de longo prazo, enquanto se mantém adaptável e receptivo a mudanças, é crucial para o sucesso da gestão moderna. Em suma, os gestores de hoje não apenas gerenciam processos e pessoas, mas também apagam incêndios diários, garantindo que a organização continue a prosperar apesar das adversidades.

 

A média gerência tem enfrentado pressão constante e cortes, especialmente em organizações de tecnologia. Existem eficiências que podem ser alcançadas em todos os níveis de uma organização. Ao simplificar a tomada de decisões, deixar claras as responsabilidades e aproveitar novas tecnologias, pode-se recriar a forma como o trabalho é realizado. Algumas organizações podem reduzir o número total de gerentes, mas isso deve ser feito de forma a criar mais capacidade para coaching e outras atividades importantes, em vez de ser uma decisão “tudo ou nada”.

 

 

IA e QE

 

A IA tem o potencial de desenvolver habilidades interpessoais, inteligência emocional (QE) e empatia. Isso poderia afetar positivamente o aprendizado prático e o coaching. Atualmente, os gerentes não têm tempo para realizar todas as suas tarefas, e é necessário liberá-los para que possam dedicar mais tempo ao coaching.

 

Existem tecnologias emergentes que podem analisar a transcrição de reuniões e fornecer feedback sobre o tom e a inclusão, além de analisar interações em ferramentas de colaboração como o Slack para oferecer coaching e feedback. A IA generativa também pode auxiliar em conversas simuladas de feedback.

 

Todos querem ser ouvidos e vistos, e uma automação pode ser útil para expressar frustrações. No entanto, os gerentes são essenciais para garantir que as pessoas se sintam valorizadas. A IA generativa pode ajudar os gerentes lembrando-os de ouvir e ver suas equipes, notificando sobre aniversários ou outros eventos importantes, tornando-os mais propensos a ajudar suas equipes a se sentirem reconhecidas e valorizadas.

 

A IA Generativa pode ser uma aliada poderosa para a média gestão, proporcionando diversas formas de apoio que aumentam a eficiência e melhoram a tomada de decisões. Aqui estão alguns exemplos de como isso pode ocorrer:

 

  1. Automatização de Tarefas Administrativas: A IA Generativa pode automatizar tarefas rotineiras e administrativas, como a elaboração de relatórios, análise de dados e gestão de agendas. Isso libera tempo dos gerentes para se concentrarem em atividades estratégicas e de alto valor agregado, como o coaching e desenvolvimento de suas equipes.

 

  1. Assistência na Tomada de Decisões: Através da análise de grandes volumes de dados, a IA pode fornecer insights valiosos e recomendações baseadas em padrões identificados. Por exemplo, pode prever tendências de mercado, sugerir otimizações operacionais e identificar riscos potenciais, ajudando os gerentes a tomar decisões mais informadas e assertivas.

 

  1. Apoio ao Coaching e Desenvolvimento de Equipes: A IA pode analisar interações de equipe, reuniões e feedbacks, oferecendo sugestões sobre como melhorar a comunicação, a inclusão e a eficácia do trabalho em grupo. Ferramentas de IA podem simular cenários de feedback, preparando os gerentes para conversas difíceis e ajudando a desenvolver suas habilidades de liderança.

 

  1. Monitoramento de Bem-Estar e Desempenho: Ferramentas de IA podem monitorar o bem-estar e desempenho dos funcionários em tempo real, detectando sinais de burnout ou queda de produtividade. Isso permite que os gerentes intervenham proativamente, oferecendo suporte ou ajustando cargas de trabalho antes que pequenos problemas se tornem grandes crises.

 

  1. Personalização de Treinamentos: A IA Generativa pode criar programas de treinamento personalizados, adaptados às necessidades e estilos de aprendizado individuais dos funcionários. Isso assegura que cada membro da equipe receba o desenvolvimento necessário para melhorar suas habilidades e contribuir de maneira mais eficaz para os objetivos da organização.

 

Por exemplo, em uma empresa de tecnologia, um gerente de projetos pode usar IA para automatizar a criação de relatórios semanais de progresso, liberando tempo para focar em estratégias de mitigação de riscos e inovação. Simultaneamente, a IA pode analisar as comunicações da equipe para sugerir melhorias na colaboração, enquanto monitora os níveis de estresse dos membros do time, alertando o gerente sobre possíveis problemas de bem-estar. Dessa forma, a IA não apenas alivia a carga administrativa, mas também enriquece a capacidade do gerente de liderar de forma mais eficaz e humana.

 

 

O que os líderes devem fazer de diferente

 

Líderes devem criar mais tempo para os gerentes focarem nas atividades mais importantes, como coaching e atividades cada vez mais estratégicas. É crucial valorizar os gerentes pelo que trazem para a organização, definindo claramente o que faz um bom gerente, selecionando gerentes adequadamente e criando caminhos de carreira para aqueles que desejam seguir na gestão. Também é necessário investir no desenvolvimento dos gerentes, ajudando-os a inspirar e conectar as pessoas à missão e propósito da organização. Os gestores da sua empresa não podem ser apenas bombeiros altamente especializados para cobrir falhas em processos.

 

Além disso, os líderes devem se perguntar o que precisam fazer de diferente para apoiar melhor seus gerentes, tirando vícios de processos de promoção e criando um ambiente onde as pessoas sejam recompensadas e promovidas por estarem preparadas e serem ótimas gerentes, e não por um sistema histórico ou ultrapassado.

 

Gilberto Strafacci

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