Estão dizendo que RPA está morto. O que isso significa?
A tecnologia Robotic Process Automation (RPA) representou, durante anos, a vanguarda da inovação para empresas buscando eficiência através da automação. Capaz de simular ações humanas em tarefas repetitivas, o RPA prometia uma revolução na maneira como as operações empresariais seriam conduzidas. No entanto, apesar de sua promessa inicial, a jornada do RPA foi marcada por desafios significativos, incluindo longos tempos de desenvolvimento, custos elevados e a necessidade de um constante redesenho estratégico das cadeias de valor. Essas dificuldades levaram a uma reflexão profunda sobre a viabilidade e a eficácia do RPA como uma solução de automação a longo prazo.
Observando o cenário atual, percebe-se uma mudança notável: plataformas líderes de mercado, como UiPath e Automation Anywhere, já não priorizam o termo “RPA” em suas páginas oficiais. Esse fenômeno não é uma mera questão de rebranding, mas sim um indicativo de uma evolução necessária e inevitável no campo da automação. O foco agora se desloca para a automação cognitiva e inteligente, uma transformação que promete superar as limitações do RPA tradicional.
A automação cognitiva e inteligente (CPA) se distingue por sua capacidade de processar dados e entradas despadronizadas, adaptando-se a cenários complexos e variáveis com uma eficácia que o RPA convencional não poderia alcançar. Essa nova era de automação beneficia-se da democratização da tecnologia, movendo-se do paradigma do Low Code para soluções baseadas em No Code acessíveis através de interfaces de Linguagem Natural. Essa transição não apenas simplifica o processo de implementação de soluções de automação, mas também as torna mais acessíveis a um público mais amplo, independente de conhecimento técnico especializado.
Além disso, a automação inteligente se apoia em dados não necessariamente estruturados e regras de negócio flexíveis, capazes de se ajustar a processos realistas com variabilidade inerente. Isso significa que, em vez de forçar o mundo real a se encaixar em modelos rígidos e pré-definidos, a nova onda de automação procura entender e adaptar-se às nuances e à complexidade das operações empresariais como elas realmente são.
Tabela 1: Comparação RPA e CPA
O anúncio da “morte” do RPA não é, portanto, um epitáfio, mas sim uma declaração de evolução. Significa reconhecer as limitações do passado e abraçar uma abordagem mais flexível, inteligente e acessível à automação. O legado do RPA permanece importante, pois pavimentou o caminho para esta nova fase, demonstrando a necessidade inegável de automação nas empresas. No entanto, a transição para a automação cognitiva e inteligente promete não apenas superar os obstáculos encontrados anteriormente, mas também expandir o potencial da automação de maneiras antes inimagináveis.
Este momento representa uma oportunidade ímpar para líderes de automação repensarem suas estratégias e reposicionarem suas iniciativas junto às áreas de negócios. Isso implica uma revisão profunda do relacionamento com as áreas de negócios, dos tempos de desenvolvimento, dos critérios de priorização e de aprovação de projetos. Com as novas tecnologias de automação inteligente e cognitiva, há um potencial significativo para melhorar automações existentes que, até então, não estavam otimizadas, e também para reavaliar e implementar projetos que foram previamente rejeitados.
Essas tecnologias abrem portas para um espectro mais amplo de processos que podem ser automatizados, incluindo aqueles que lidam com dados não estruturados e tomada de decisão complexa. Portanto, há dinheiro na mesa – oportunidades de economia e eficiência que estavam inacessíveis até agora. Líderes proativos que reconhecem e agem sobre essas oportunidades podem não apenas trazer benefícios significativos para suas organizações, mas também posicionar suas equipes como centrais e estratégicas dentro do ecossistema de negócios.
À medida que avançamos, a expectativa é que as empresas não apenas adotem essa nova forma de automação, mas também a integrem profundamente em suas estratégias operacionais e de negócios. A automação, em sua nova forma, está pronta para ser uma força transformadora, capacitando organizações a alcançarem novos patamares de eficiência, adaptabilidade e inovação.
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Gilberto Strafacci Neto (Giba)Gilberto Strafacci Neto (Giba)
Vice-Presidente | Chief Growth Officer | Professor | Leading Digital Transformation | ASQ Certified Master Black Belt | Certified Agile Trainer | Data ScientistVice-Presidente | Chief Growth Officer | Professor | Leading Digital Transformation | ASQ Certified Master Black Belt | Certified Agile Trainer | Data Scientist